A história de uma viajante e de sua moto falante, essa é a premissa de Kino no Tabi. Um ótimo anime esquecido pela geração atual, que deveria ser visto mais vezes.
Em Kino no Tabi, a protagonista Kino, acompanhada por sua motorrad falante, Hermes, viaja em um mundo místico com muitas cidades e florestas, onde encontram pessoas vivendo com seus costumes únicos. Kino passa apenas 3 dias e 2 noites em cada cidade, sem exceção, baseada no princípio de que 3 dias é o suficiente para aprender tudo que é importante sobre um lugar, ainda restando tempo suficiente para explorar novas terras. Kino diz que esse princípio é provavelmente uma mentira, acrescentando “se eu ficar mais, temo que irei querer permanecer para sempre.”
Inspirado na série de Light novel de Keiichi Sigsawa, lançada pela editora Dengeki Bunko, o anime foi feito pelo estúdio de animação A.C.G.T. em parceria com a Genco. Kino no Tabi foi transmitido de 8 de Abril a 8 de Junho de 2003, finalizando com 13 episódios; além disso, teve dois filmes: um em 2005 e outro em 2007 – este último feito pela Shaft. Basicamente é isso, o anime é episódico, mas, por sua particularidade, tem sua personalidade própria e se torna ótimo ao decorrer. É um Cowboy Bebop na Terra. Tá, exagerei.
Kino no Tabi é extremamente simples no que faz, e por isso mesmo se torna ótimo. O lema do anime é “o mundo não é belo, por isso ele é belo”, o que por si só é extremamente interessante. Existe de tudo neste mundo, e, no anime, não é ao contrário. Durante suas viagens, Kino passa por diversos países – alguns simples, alguns destruídos, alguns extremamente Sci-Fi e alguns que chegam a lembrar os EUA (episódio 12).
No anime, aparece todo o tipo de gente – gente com costumes estranhos demais, pessoas que apenas querem fazer uma boa ação no fim de suas vidas, pessoas com Cipridofobia¹ e até Amatofobia², etc.- mas sempre mostrando que existem tanto pessoas boas quanto pessoas do pior tipo que você possa imaginar.
Entretanto, todos os personagens são muito bem construídos com sua própria personalidade no meio de muitas.
Os personagens principais, Kino e Hermes, fazem parte desse conjunto. Kino é uma personagem que, talvez, te faça ficar com um pé atrás, pois sua aparência não dá sinais claros se é homem ou mulher, enquanto Hermes é uma simpática moto falante (sim, falante). Mas ambas são ótimas personagens que lidam de forma muito inteligente com as situações apresentadas no decorrer do anime.
Kino não é apenas uma personagem bem construída, afinal ela tem suas próprias particularidades, como, por exemplo, quando ela para em um país, ela fica apenas 3 dias – o tempo necessário (segundo ela) para conhecer a cultura e a história do país, e não ficar com uma ligação muito forte com o local e, consequentemente, deixar de ser uma viajante. Por ser um anime de 2003, sua animação é bem simples, o que, atualmente, seria chamado de uma animação de baixo custo. Tudo é bem simples.
Pela época, não há o uso de CG no decorrer dos episódios, mas sofre com o problema do character design ser pouco diversificado, fazendo com que muitos rostos sejam parecidos com outros. Até mesmo Kino tem apenas um rosto arredondado. Assim, diferenciamos todos por suas roupas. Mesmo as roupas e as expressões faciais são bem limitadas. Isso, porém, é resolvido no filme de 2007 – produzido pela SHAFT -, devido ao ano e aos melhores recursos, deixando assim com mais “cara de anime”.
A maior parte das músicas do anime é bem leve ou não é de grande importância para a série; a OST aqui serve apenas para compor o anime, mas é interessante notar que quando aparece um detalhe importante, escutamos um toque que faz as pessoas prestarem mais atenção à cena, uma técnica boa para os espectadores mais perdidos conseguirem entender o momento.
O fim do anime e do filme não é conclusivo, deixando um gostinho de “quero mais” a quem assiste. Contudo, isso não é nenhuma surpresa, já que este é um anime com tom episódico sobre viagens, e as viagens de Kino estão bem longe de acabar.
Kino no Tabi, com essas qualidades, se torna um ótimo anime que deve ser visto.
Mesmo com seu ritmo um pouco lento, ele é excelente e tem uma ótima trama. Infelizmente, não tem mangá e não há sinais de que a SHAFT irá produzir mais uma temporada ou um outro filme da nossa querida Kino. E, para piorar a situação, a Light Novel, que era publicada pelo TokyoPOP, foi cancelada e não deve voltar nunca aos EUA, por, segundo fontes, a mesma ter feito cagada. Então, apenas quem sabe japonês poderá acompanhar as ótimas viagens de Kino. Enfim,
Kino no Tabi é um anime que você realmente deve assistir, mesmo que não haja um fim. O máximo que podemos fazer é torcer para que os patrocinadores e a SHAFT façam mais animações do mesmo. Uma pena não ter mais.
- Medo mórbido de contrair doenças venéreas.
- Medo incomum de sujeira ou poeira.
Nossa, achei que ninguém conhecia esse anime, já estava me sentindo sozinha no mundo *exagerada* rs…
Uma pena a novel não ser traduzida por aqui, o anime é muito interessante e agradável de se acompanhar, o fato de não ter um final só me deixou mais curiosa…
^^
– Suas tags são otimas kkkk
Obrigado, essas tags é só pra ironizar minha insatisfação xD.
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Traduzi pequenos trechos da LN. Se alguem quiser conferir: http://myanimelist.net/clubs.php?cid=62941. É uma leitura rápida mas pessoalmente acho bem agradavel e que te faz pensar por um bom tempo.