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Chihayafuru – Karuta² e a verdadeira emoção do bafo.

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As críticas a Chihayafuru são imensas, mas não tanto quanto sua popularidade. A maioria delas vem por culpa do “esporte” que é o foco do anime e não é conhecido mundialmente, muito menos tão emocionante quanto parece ser para aqueles que já o jogaram na vida real. Mas o que fez de Chihayafuru uma obra tão emocionante? Empolgante? O que fez uma propaganda de 24 minutos ganhar uma segunda temporada?

Os primeiros episódios da primeira temporada são os mais cativantes, onde os protagonistas são crianças que acabam de descobrir a sua paixão e se tornam devotas na mesma, por mais que o reconhecimento que eles tenham por tanto esforço seja tão baixo, afinal não é de beisebol, futebol ou boxe de que estamos falando. Estamos falando de karuta, um jogo que consiste em dar tapinhas nos poemas antes do oponente.

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Antigamente, quando poema no Japão era a moda do momento, na época dos leques, gueixas, samurais, quimonos e romances proibidos, é claro que o esporte que usava como base uma coleção de 100 poemas era extremamente popular, mas assim como muitos vestígios da cultura japonesa foram se perdendo com a modernização, o karuta também foi uma vítima.

E vermos crianças na era do computador e do MMORPG se apaixonando por um esporte tão “simples” é no mínimo surpreendente. E eles vão além. Já que o esporte é pequeno, a mente tem a liberdade de sonhar com o alije mais alto do mesmo, e então a coisa começa a ficar séria quando os protagonistas, além de quererem ser o melhor grupo do Japão, querem ser os melhores individualmente, querem ser os reis e as rainhas (literalmente).

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Mas infelizmente (ou não), as crianças crescem e o anime ganha a cada episódio um ar de seriedade que seria muito difícil de perceber se Chihayafuru não pegasse em cheio no ponto master da emoção de um esporte: a dedicação.  Quando se dá o máximo em algo e se perde, a emoção da perda também vai ao máximo. Bem como quando se ganha.

O lado impressionante de Chihayafuru trata especialmente de duas coisas: esforço e motivação como aquilo que nós faz felizes, como aquilo que nos mantêm vivos e alheios ao mundo atual. Tendo a exemplo a protagonista Chihaya, que não precisa basicamente de mais nada além do karuta para ser felz. E por que apenas isso faz Chihayafuru uma franquia de sucesso? Porque todos nós temos ou precisamos de uma motivação como essa também, algo como nosso lugar no mundo, e lutar por ele independente do que sempre será… Interessante.

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Depois do ano passado eu descobri que uma review de Chihayafuru não estaria completa se não falássemos de uma das maiores surpresas de 2012: UtaKoi, que era para ser um anime de Cult, uma sequência episódica com lindas e românticas histórias reais do Japão antigo. E o que ele tem a ver com Chihayfuru? Os poemas, é claro. Os japoneses estudam esses poemas na escola como nós estudamos a história do Brasil, então Chihaya conta com que seus telespectadores entendam esse “mínimo” dos mesmos. Por isso, recomendo que superem os preconceitos contra o traço e vejam Utakoi antes de Chihayafuru, e assim garantam a si mesmos um entretenimento mais completo e satisfatório sobre as duas adaptações.

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