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Gunslinger Girl e as garotas lutando contra os pedófilos

Lolis robóticas lutando contra o mal (pedófilos) com armas de fogo. Um plot de Mahou Shoujo. Só que não.

Gunslinger Girl é um anime de 2003 feito pela Madhouse, com 13 episódios,(existe uma sequel, só que de outro estúdio) e baseado no mangá de Yu Aida de 15 volumes, publicado de 2002 até 2012 na Dengeki Daoh. A história é sobre Henrietta, que era uma pequena menina como tantas outras, até o dia em que foi deixada para morrer após ter testemunhado o brutal assassinato da sua família. Terrivelmente traumatizada e sem a vontade para viver, permaneceu no hospital em estado de coma até que uma corporação decidiu usá-la para um de seus projetos secretos. Após ter se submetido a uma espécie de lavagem cerebral e ter muito de seu corpo substituído por implantes cibernéticos, Henrietta não tem nenhuma recordação de seu passado e começa sua nova vida como uma assassina, trabalhando para um grupo secreto antiterrorismo.

“Eu tentarei transformar você em alguém mais forte, mas ultimamente, me sinto desconfortável sempre que eu olho para você.”

Isso também poderia ser lolis lutando de forma moe contra inimigos, já que japoneses tem a incrível capacidade fazer algo diferente do plot inicial. Vamos lá, vai ser algo complicado de se resenhar, mas tentarei. Gunslinger é um anime denso demais, mas já deixo aqui que recomendo esse anime, sinta-se a vontade para ir assistir e depois voltar aqui e dizer o que achou.

Esse anime que pouco é para normalfags (ou weeabo, otaco, otakinho, o termo que preferir ou conhecer) inicialmente pode parecer de Ação, mas está mais para um anime militar de drama com uma puta pegada psicológica (o anime também tem uma pegada de Sci-Fi, Comédia e Slice of Life), não estou negando que não tenha Ação, até tem, mas não é o foco.

O anime assume o papel de contar questões como a humanidade, a incerteza de como será o futuro, a 2º chance de viver em troca de sua inocência e pureza que é deixada para as meninas, suas relações com seus Fratellos, que na série são algo como irmã e irmão, ou pai e filho. Cada episódio conta basicamente isso. A história é focada na relação, mostra como cada Fratello é diferente um do outro, como na vida real.

Alguns as tratam bem, dão presentes, tratam como se literalmente fossem suas irmãs ou filhas, mas da mesma forma em que muitos também as tratam apenas como meros objetos, uma ferramenta para fazer seu trabalho e acabou, sem espaço para sentimentos e afeição.

Outra coisa que dá a polêmica dessa história é que ela te convida a refletir questões de valores que vão além da guerra ao terrorismo. Muitas questões são mostradas e deixadas para serem multifacetadas. Esse é um anime auto-interpretativo, cada um pode tirar sua conclusão sobre os valores deixados.

A guerra ao terrorismo é literalmente uma mera ferramenta para mover a história, já que ela é sobre as garotas, seus valores e a sua nova vida, tudo isso sem precisar apelar para o fan service ou fetiches com os onii-chans, já deixo vocês despreocupados com isso.

A série tem um ritmo lento. Não é chato, ele é um ritmo calmo, que deixa você absorver o que a história quer passar com determinada situação. Nada ocorre rápido demais, os episódios vão seguindo e mostrando os dramas das garotas, que, por sinal, são muito tristes.

O ritmo também pode se explicar talvez pelo fato de que na época o mangá só tinha uns 20 capítulos para se adaptar, mas isso é detalhe. Imagino que se fosse ser feito agora teria no máximo 26 episódios, enfim, detalhes apenas.

O chato é que o aprofundamento acaba ficando apenas nas garotas. Os fratellos não tem lá muita explicação, eles apenas trabalham lá e pronto, da mesma forma que eles têm as nossas lolis robôs “porque sim”, acabou, não tem discussão, é isso aí. Mas apesar disso, todos são relativamente simples, não tem como detestar ninguém de verdade, mas a graça está nas linhas que o autor cria entre os personagens.

Tanto a OP quanto a ED são melancólicas, elas passam bem o clima que a série tem. Não há muito troll, mas as músicas são de arrepiar do tanto que combinam com a série. Não sei explicar, só sei que vou baixar. Destaque para a música de encerramento que é cantada em ITALIANO. Aliás, a trilha sonora toda em si é formada só por coisas que vem de fora do Japão (o que é justo, o anime é todo fora do Japão. Conseguiram fazer algo legal).

A animação, visto o seu ano, é ótima. Tudo é muito bem feito, as armas não parecem de mentira, os ambientes são de deixar os amantes da P.A. Works em um orgasmo, até a forma que os olhares das personagens são feitos é boa.

Segundo as pessoas que viram, o anime é extremamente fiel ao mangá. Ele mantém um nível bom, chegando a alguns dizerem que dá uma experiência nova ao mangá, o que é bem interessante. Um dia lerei o mangá para por a prova isso (o mangá é publicado nos EUA pela Seven Seas).

Enfim, é um anime interessantíssimo, mas não é para todos. É um clima denso, lembra vagamente aquela delícia chamada Kino no Tabi, só que com armas. É curto, então é uma experiência muito interessante. Se você não se incomodar com o fato de ser lento, este anime é para você, reforço a recomendação.

3 comentários em “Gunslinger Girl e as garotas lutando contra os pedófilos

  1. O mangá terminou este mês, no capítulo 100, e consequentemente, já que eu acompanhava, terminei também, não quero dar spoiler, mas somente devo dizer que ainda estou tentando digerir o último capítulo!

    A respeito da série animada, eu tenho um carinho muito grande por ela, notadamente a primeira, primeiramente no tocante ao aspecto visual, a paleta de cores levemente direcionada pro sépia juntamente com aquela moldura casou muito bem com a série, Já na segunda temporada, onde muita gente torceu o nariz, não sem muita razão… o traço se tornou mais genérico, perdeu um pouco aquele ar da primeira temporada.

    Outro atrativo já mencionado no artigo, é a trilha sonora, perfeitamente condizente com os momentos dramáticos, que não foram poucos, havia o tema musical dramático principal, recorrente na série, de muita qualidade, sendo que havia algumas variações, versão piano, violino, orquestra…

    As aberturas e encerramentos também são um ponto especial, logo de cara no caso da primeira abertura, já se percebe a tensão dramática, com uma bela cansão, acho que é de uma banda inglesa mas esqueci o nome. A abertura da segunda temporada também não deixou a desejar com aquela mescla com elementos reais. Notadamente o primeiro encerramento, uma versão pós-moderna de uma ópera de Fauré (eu acho…), com aquela arma no calçamento durante uma chuva, muito bela.

    Os cenários são belíssimos, provavelmente quem gosta de história irá apreciar, os pontos turísticos são fielmente trabalhados, os campos, as praças,etc. As armas são muito realísticas, modelos reais, eu particularmente me fascino com isso! Eu não sentiria o mesmo gosto se visse a Henrietta atirando com uma pistola laser sci-fi.

    Quanto ao enredo, o começo da primeira temporada, como no mangá foi uma espécie de “resumão” apresentando as garotas, mais o arco de Elsa de Sica, exclusivo do anime, no mangá apenas é tratado em flashbacks.

    No decurso da segunda temporada, como no andamentos dos volumes do mangá, há focos mais expressivos em garotas específicas, nunca esquecendo as demais claro.

    Quanto as motivações dos Fratellos e outros assuntos pendentes, que não são poucos, somente lendo o mangá mesmo, há volumes inteiros sobre isso.

    Eu particularmente não consegui ver comédia! No máximo cenas felizes!

    Faltou falar muitas outras coisas, mas meu tempo é curto, quem sabe na próxima.

    Parabéns pelo artigo.

    • Mas é aquilo, eu sei que faltar, falta, mas o foco aqui é ser direto ao ponto, pra quem não conhece o anime tá excelente pra recomendar.

      Obrigado pelo elogio e volte sempre.

  2. Eu gostei mesmo do artigo, foi bem preciso no que se propôs a fazer, nem pensei em criticá-lo, longe disso!

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