EPISÓDIO 4: HISTÓRIA SANGRENTA
Abrindo a caixa de pandora
O nome do episódio já diz tudo, e eu vou considerar que você já o assistiu.
Sem prólogos deslocados desta vez; agora é hora de ligar os pontos que já temos. Foram apenas 3 episódios, mas há muito a ser comentado. E o Falso Minoshiro Biblioteca simplesmente acaba com a boa vida das crianças ao explicar detalhadamente todo o processo sangrento e caótico pelo qual a humanidade passou nos últimos 1000 anos, desde que a existência do primeiro humano psíquico (conhecidos posteriormente como PK) foi cientificamente comprovada em 2011 e abriu caminho para uma Idade das Trevas sem precedentes.
Na boa, a reação do grupo perante o caso do Garoto A chega a ser engraçada. Humanos abusando de poderes para saciar desejos mórbidos? Humanos matando humanos? Para nós, a resposta só poderia ser: óbvio. Sabemos que isso acontece desde que o mundo é mundo, certo…? Diferente da geração de Saki, nascida e criada em uma suposta utopia.
Também confirmou-se que a catástrofe foi mundial, então seria difícil validar a teoria de que o Japão está isolado no retrocesso tecnológico e cultural. Mas nem me atrevo a descartar nada, principalmente quando temos uma bomba de informação dessas logo depois da estreia de uma série de 2 cours. Eu imaginava que viria, mas não tão cedo.
Outra coisa interessante na história do Minoshiro é o registro sobre o Imperador de 500 anos atrás: “as palmas não pararam por três dias e três noites na sua coroação…” mas não comenta o motivo disso, né.

é que o Imperador era muito querido, gente!
E eu falei sobre ditadura baseada em magia, mas nem é, my bad.
Também é engraçado ver as crianças nervosas e loucas pra serem descendentes da facção de cientistas que preservou o conhecimento e a tecnologia, afinal eles parecem não ter sangue nas mãos. E a comparação da sociedade humana com os macacos, então? Sensacional. O esquema do mecanismo death-by-shame também é muito interessante, e aproveitamos pra ver um flashback da Saki passando por isso. A bichinha já era ruim desde cedo… e estava se segurando pra não trucidar a biblioteca durante toda a cena, fala a verdade. O Minoshiro ainda joga na cara que o sistema educacional serve pra manter todo mundo na linha e separar o joio do trigo, fazendo-a perceber o que aconteceu de verdade com seus coleguinhas desaparecidos.
Tudo isso confirma o cenário que os outros episódios já davam a entender: o custo de uma necessária utopia. Com o aparecimento dos PK, a humanidade entrou em um estado de 8 ou 80: ou todos se tornam perfeitos e integrados à sociedade ou o risco de uma segunda Idade das Trevas é iminente. Para manter a ordem e garantir a sobrevivência, a eliminação dos elementos potencialmente perigosos precisa ser feita na época da formação do caráter.
Não esqueçamos que informações sobre as outras três facções da Idade das Trevas são muito difíceis de encontrar e nesse quesito Shun ficou sem respostas. E quando a Bibliotecamon estava pra explicar sobre os demônios, ou melhor, as síndromes, outro ponto importante… chega alguém pra por ordem no galinheiro, fichar os elementos e confiscar o Cantus deles. O que, mais uma vez, fica claro que dói bastante.
Ao ser destruído, o Minoshiro libera um holograma em forma humana – mulher com bebê no colo, figura mais inocente, impossível – e um tempo depois o monge começa a passar um pouco mal. Shun mostra que é um gênio, já associando isso ao mecanismo death-by-shame (poxa, eles acabaram de ficar sabendo das coisas!) causado por matar algo semelhante a um humano, poupando essa interpretação do telespectador. E quando você pensa que não vai ter mais conteúdo no episódio…
Da mesma forma, matar os bakenezumi selvagens causou efeitos de death-by-shame no monge, e isso já trouxe várias teorias diferentes à tona. Eu me pergunto se não teria algo a ver com a forma humana feminina que Saki divisou em meio à fumaça do Cantus dele.
E putz, mais uma vez o episódio termina em um cliffhanger e tanto. Dos cadáveres dos bakenezumi, salta o Blowdog e FIM.
Assim é que se faz.
O clima do episódio foi muito bem conduzido, as músicas colocadas na hora certa, enfim, todo o necessário para as cenas explicativas ficarem interessantes. Também foi engraçado ver a Biblioteca sendo intimidada pela ameaça da Saki no início. E poxa, que ideia foi aquela do monge deixar o Mamoru como batedor?
Vale ressaltar também que sexta-feira teremos a aparição do Bakenezumi falante, dublado por ninguém menos que Daisuke Namikawa (Ulquiorra, Italia, Okajima Rokuro, Hisoka, Goemon de Lupin… entre outros muitos). O cara é bom, imagino o feeling que dará à voz do monstrinho.
E é isso, até semana que vem, e que venham os mindfucks!
Anime do ano, sem dúvida. É tudo quase perfeito, só espero que não estraguem mais pro final, mas essa construção é excelente.