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Diário de Bordo Mangás #02: Yowamushi Pedal

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Otakus fazendo exercício! Tem como ser mais educativo?

Demografia: Shounen

Gêneros: Esporte

Volumes/capítulos disponíveis: 2 volumes (em inglês)

Sobre o que é: Um otaku que descobre ter talento para ser ciclista O que lembra: Over Drive com Genshiken (NÃO VI AMBOS, ESTOU CHUTANDO porque não veio mais nada na cabeça)

O que esperar:  Voltas dentro de reviravoltas (não resisti ao trocadilho)

Comentado:

Yowamushi na verdade está com 23 volumes (acredito eu) no Japão, porém começou a ser traduzido para o inglês faz poucas semanas. É bom avisar que ele vai ser animado ainda esse ano, mas como não tem nenhuma equipe ou estúdio confirmado ainda, é bom conferir um pouco da história antes disso. Indo ao ponto, Yowamushi Pedal (algo que pode ser traduzido como “pedal covarde”) conta sobre o jovem Onodah Sakamichi, um magrelo e baixinho otaku de óculos. Além de otaku, o menino tem medo de esportes por considerá-los violentos e seus praticantes geralmente praticarem bullying com ele (sim, é bem estilo seriado adolescente americano). Ele se muda para uma escola nova, na esperança de poder formar um clube do anime e finalmente ter com quem conversar sobre o assunto e também por estar mais perto do famoso santuário dos otakus Akibahara. A dificuldade vem saber que o clube fechou por falta de membros. Nosso pequeno otaku então faz de tudo para reerguer o clube. Aonde entra pedaladas nessa história? Bem, na mesma escola de Onadah, um dos membros do clube de ciclismo descobre que o otaku além de ir para a escola de bicicleta (considera que a mesma fica numa colina com 20% de inclinação) também vai a Akibahara toda semana, sendo que o bairro está a 45 km de distância (o menino pela 90 km num dia!) fora sua estranha resistência a tombos. Tudo na “bike da vovó”. Para confirmar as habilidades do menino, ambos apostam uma corrida (sendo que se Onodah ganhar ele entrará para o clube dos animes) e assim o mesmo descobre que talvez exista algum esporte que ele possa praticar e ser bom.

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  É um pouco dificíl comentar uma obra com dois volumes porque Yowamushi é um mangá razoavelmente lento. Fica bem claro que ainda estamos na fase de apresentação de personagens, mas já foi o suficiente para mostrar “o jeitão” do mangá. Nos primeiros capítulos deu para perceber um “lado mais pastelão” com piadas e personagens mais caricatos (o nerdão e o atleta popular cara fechada) e um traço bem simples para retratar os personagens. Apesar disso, foi um começo bem carismático até o momento em que a história começa mesmo, a corrida. Aqui o autor mostrou os pontos realmente fortes do mangá.   Para começar, Onodah se mostrou um bom protagonista. Aqui foi mais fácil se por no lugar dele, tanto como novato no esporte como pessoa. O autor mostrou que não apenas entende de ciclismo, mas que consegue explicar isso até para os mais leigos (como euzinha). Isso são coisas simples, desde as diferenças básicade uma bike profissional para corrida com a bicicleta normal a explicações do que acontece com o seu corpo quando se sobe um moro. Acredito que esteja tudo dentro da realidade quando o mangá trata dessa parte mais técnica do esporte. Onodah é bem crível, apesar do clichê de otaku de óculos. Ele é bem humorado, mas dá pra ver que sofre com a falta de amigos e o bullying. Numa cena, ainda que com tom cômico, uma menina chega a limpar as mãos depois de cumprimentá-lo. É um pouco injusto, já que Onadah nada mais é que um menino querendo discutir seu hobby.

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A corrida em si foi cheia de reviravoltas e conseguiu plantar incerteza. Recomendo ler com o arquivo baixado, não online (apenas se você tiver uma net rápida) porque foi uma tortura esperar as páginas carregarem. A corrida ocupou quase um volume, tempo o suficiente para mostrar os detalhes sem parecer arrastada. Eu me peguei realmente torcendo pelo otakinho e cheguei apostar com um amigo que beijaria a tablet se ele vencesse. O colega que convida ele para a corrida se mostrou um personagem mais básico, até porque apareceu menos tempo. Acredito que ele será mais aproveitado mais adiante. Já dou graças a Deus por ele não ser o rival egocentrico, apesar de uma certa demonstração na corrida para impor respeito. Na verdade, ele está de certo modo ajudando protagonista revelando seu talento e o mesmo reconheceu isso. Talvez eles se tornem amigos com o decorrer do mangá. Ainda temos uma personagem feminina “otaku de bikes” que foi a única a ter alguma fé em Onodah na corrida e ainda deu uma dica para ajuda-lo. Torço para ela ter mais importância e não ser apenas “a garota no apoio” porque gostei muito da personagem. Pode-se ver um desenvolvimento no protagonista apesar do mangá estar no começo. Não foi acelerado, mas o rapaz aos poucos ganha mais animo para pedalar e os amigos que tanto queria. Acho que algumas pessoas podem acabar desgostando dele por ser um protagonista mais fraco, mas uma parte do tema do mangá é a conquista de auto-confiança pelo esporte e isso não se pode fazer com um super-man como personagem principal.

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O traço é meio feio na parte dos personagens, mas devo dar crédito pelo detalhismo da roupa dos ciclistas e das bicicletas. Na parte de trás da capa dos volumes, o autor comenta um pouco e podemos perceber sua paixão pelas bikes. Acredito que ele seja ciclista também, me lembro de ter visto uma foto dele numa pedalada acima de um desses comentário. Enfim, Yowamushi Pedal é um mangá divertido e apresenta uma mensagem bem positiva. Se você procurava por uma leitura leve de qualidade ou um mangá desporto mais pé no chão, é uma boa pedida.

Sobre Jessi

Desenhando loucamente.

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