Guest Post – O poder do non-sense em forma de drogas de Gintama

Um dos maiores símbolos do Japão além da bandeira com o sol nascente, os vídeo games, os animes, a pornografia bizarra, a melancia quadrada, o sutiã masculino e os órgãos sexuais masculinos pequenos é o samurai. Ainda hoje o samurai é um símbolo do Japão, mesmo tendo passado muito tempo desde que os últimos guerreiros cujas almas eram suas espadas foram proibidos de portar suas armas, na era Meiji.

Se você é um fã, entusiasta, ou seja lá o que for da cultura japonesa, deve estar relativamente habituado a ideia de um Japão feudal, sem a tecnologia e cores brilhantes que lá existem atualmente. Um Japão habitado por guerreiros. O Japão dos Samurais.

Gintama, baseado na obra de Hideaki Sorachi, passa-se exatamente neste Japão mais rústico, com um pequeno porém… Edo (como Tóquio era chamada até 1868) foi invadida por alienígenas chamados Amanto, que controlaram a Terra e trouxeram a tecnologia, os doces, os problemas sociais e a proibição do uso da espada.

Sakata Gintoki, sendo um dos samurais que lutou na resistência contra a dominação dos Amanto, agora é um desempregado, preguiçoso, quase diabético e viciado em doces. Mesmo não tendo nenhuma perspectiva de futuro (e nem querendo ter), Gintoki ainda tem todos os valores de um samurai dentro de si, o que faz com que muitas pessoas se aproximem dele, como Shimura Shinpachi, o herdeiro de um dojo de kendô que tenta manter viva a memória do pai, e Yato Kagura, uma garota alienígena superforte. Gintoki, Shinpachi e Kagura compõem o grupo principal de Gintama, o Yorozuya, que nada mais é do que uma empresa que faz qualquer trabalho desde que haja o pagamento (coisa que raramente acontece), o que justifica a maioria dos episódios.

Logo de cara podemos ver como Gintama é escrachado, misturando samurais a aliens, mas a ousadia de Gintama não para por aí. Mesmo sendo um anime de comédia, Gintama ainda é um shonen da Shonen Jump, então pode ter certeza que não é isso que você vai ver nesse anime. Gintama apresenta arcos sérios, com lutas frenéticas e reflexões no melhor estilo mangá shonen, sendo esses tais arcos melhores do que muito anime de luta por ai.

Porém não se pode negar que a comédia é o que define Gintama. Mas a comédia de Gintama não é para qualquer um. Você provavelmente já ouviu alguém dizer que não entende como as pessoas veem graça em seriados americanos de comédia ou em desenhos como Simpsons ou Family Guy. Então, Gintama se encaixa mais ou menos nesse mesmo grupo de comédia. A comédia que, na maioria das vezes, precisa de uma base de conhecimento cultural para ser entendida. Esse é um dos motivos das pessoas que começam a ver Gintama desistirem ou dormirem durante um episódio. Outro motivo é que o começo de Gintama é meio chatinho mesmo, mas ele melhora, e melhora muito.

Eu já vi pessoas dizendo que Gintama é uma das melhores adaptações de mangá já feitas, sendo que o anime algumas vezes supera até mesmo o mangá, consertando alguns “erros de pacing”, que seria como se autor do mangá tivesse organizado as ideias de uma maneira um pouco confusa, mas o diretor do anime deixou tudo do jeito que deveria ser.

Se é mesmo melhor que o mangá, eu não sei, porque não li o mangá de Gintama. Me contento com o anime, que é uma das minhas comédias favoritas. Assista Gintama, mesmo tendo muitos episódios. Se você quiser uma comédia inteligente, surpreendente e às vezes non-sense, Gintama é para você. Se você quiser ver um anime bom, veja Gintama também. O humor de Gintama é como um cara de um blog que eu li disse: “É como aqueles caras na rua falando besteiras e rindo alto que você olha de longe e acha idiota, mas quando você está com seus amigos sai pela rua falando besteira e dá uma boas risadas”. É exatamente isso. Assim que você conhecer os personagens e se habituar a esse humor “estranho”, Gintama vai ser um prato cheio para você.

Por @lu_waro_.  Acessem o Balões Quadrados, lá nos ensinamos a fazer o quadradinho de oito!!!!!