Calma, antes do otaquinho se identificar, porque aquela menina moe nem olha para você, a história pode ser ainda pior; e pode crer que isso não ocorre só com você. Gente bonita também pode ficar na friendzone!
Resumo
Hisato Yanagi é o típico garoto bonito, rico e favorecido. Acostumado com tudo ser fácil e a ter a atenção das pessoas ao seu redor, um dia uma garota, aparentemente comum, chega a sua escola. Mikoto Kujou consegue, em pouco tempo, superar Yanagi em tudo: Academicamente e nos esportes. Obviamente, o orgulhoso Yanagi não deixa barato e tenta, em vão, superar Kujou. Com três anos de tentativas, todas de falhas, ele tenta fazê-la, por fim, se apaixonar por ele e assim dispensá-la, mas no final ele percebe que esteve apaixonado todo esse tempo por ela! Depois de mais alguns anos, agora na universidade, Yanagi propõe um “ultimo jogo”, que terminará com ele colocando um anel no dedo dela.
Traço e Diagramação / Narrativa/ Personagens
O traço bonito e suave de Amano Shinobu é um prazer quem gosta de shoujo. Não é que a artista seja uma grande desenhista, mas em particular, o mangá é limpo, com uma boa diagramação e com características típicas da narração de um shoujo. Flores e foco no rosto dos personagens, com pouco fundo, ou fundo pouco detalhado. A autora foca bastante nos pensamentos do personagem principal, Yanagi, que é uma das coisas diferenciadas no mangá. Não é que não existam mangás shoujos focados no personagem masculino, mas isso não é um padrão. A narrativa segue os pensamentos de Yanagi, tornando a história não linear, com lembranças dele interrompendo o fluxo temporal, mas nada que dificulte a leitura. Amano Shinobu não tinha a intenção (até agora) de criar uma história complexa, tornando uma literatura simples. Apesar da simplicidade da história, a autora faz um bom trabalho, deixando os personagens com personalidade e motivações. No grupo de jovens (que se tornam amigos do couple principal) todos possuem pontos fortes e fracos, e autora trabalha isso de forma sutil. Mesmo o possível rival que surge é um rapaz normal, com motivações para suas atitudes aparentemente egoístas, e tem a frieza quebrada ao longo da história.
Ambientação
A história acompanha o couple desde o ensino fundamental, mas o presente passa-se na universidade. Sem grandes mudanças de ambiente, em geral, as situações acontecem dentro da universidade e nas lembranças de Yanagi dentro do ensino fundamental/médio.
Impressões pessoais
Last game me ganhou com uma comédia leve, mas que me tira risadas sobre a situação de um cara perfeito que fica de quatro por uma garota que não dá a mínima MESMO para ele.
Tudo começa no ensino fundamental, a terra das oportunidades. Aqui as crianças começam a formar a personalidade: quem vai ser popular, quem vai ser o esportista, quem vai ser o nerd, ou seja, todos os arquétipos que você vê na escola.
Nesse momento, você conhece o Yanagi, filho de uma família rica, com o pai dono de vários hotéis. Yanagi é lindo, é o ace em todos os esportes, é cool, é inteligente (sempre tirando as melhores notas da sala) e tem tudo que quer. Nunca tinha experimentado o segundo lugar em nada, falhas, e as menininhas não param de dar chocolates… E ele achava que era o rei do pedaço.
Até a Kujou chegar. A garota é pobre, inexpressiva e não tem nada diferente na aparência, ou que chame a atenção. Mas isso não impede que Kujou tome a posição de Yanagi em tudo que possa imaginar: estudos, esportes e qualquer disputa que Yanagi imagina. E isso o incomoda profundamente, fazendo-o disputar com ela a todo o momento e ainda assim perdendo para ela. Quando ele tenta fazê-la se apaixonar por ele, uma surpresa: ela não sabe nem o nome dele, e não dá a mínima para ele, e isso faz com que ele perceba que está completamente apaixonado por ela.
Esse foi o primeiro shoujo com o ponto de vista masculino que eu já li (sim, você fica com o ponto de vista do Yanagi), e começamos a acompanhar hilária situação de um cara que perde totalmente a compostura e fica completamente apaixonado pela pessoa mais estoica que ele pode encontrar (aparentemente, claro) e ainda assim, não consegue se confessar, e muito menos agir normalmente próximo a ela.
O mangá tem um prequel ( capitulo 0) , iniciando com Yanagi propondo um “último jogo” para Kujou, e dando o ultimato de que quando ela perceber os sentimentos dela por ele, o jogo terminaria com ele colocando um anel no quarto dedo dela da mão esquerda. E claro, a Kujou não entende nada do que ele está falando, criando mais um momento cômico entre os dois. E para chegar a esse “ultimo jogo” mais uma vez, ele havia entendido tudo errado.
O inusitado no mangá, que ao contrário da premissa básica do cara popular que precisa ser conquistado pela heroína, aqui é o rapaz com boa aparência, rico, legal etc. etc. etc. que precisa conquistar e, no final, não ter a mínima ideia de como expressar seus sentimentos e se aproximar de alguém que parece não se importar com nada ligado a relacionamentos. O Yanagi fica envergonhado, se enrola com as palavras, perde a compostura, fica falando sozinho, fazendo a família achar que ele perdeu a razão em vários momentos, o que torna o estado dele ainda mais lamentável, não só para quem está próximo a ele, mas como para todos que assistem o casal principal junto, e obviamente ficam com pena dele. Isso também mostra uma faceta insegura de pessoas que, apesar de terem tudo, diante de um grande obstáculo são humanos como qualquer outro. Faceta essa que apenas a Kujou conhece, pois ele não consegue deixar de ficar vermelho perto dela, e, às vezes, age como uma tsundere no sentido mais completo da palavra.
Não só todos percebem esse amor dele, como tentam ajudar os dois a se darem melhor, o que gera outros pontos altos no mangá, pois Kujou não tem a mínima ideia de como se relacionar com pessoas, destruindo qualquer tipo de possibilidade de que as coisas funcionem.
Sei que até aqui a impressão que se tem é que Kujou é o ser mais frio do universo. A verdade é um pouco mais simples que isso. Não é que seja fria, mas as atitudes dela aparentam isso, pois é focada demais em seus estudos. Kujou simplesmente não se preocupava com relacionamentos, ou como se relacionar com pessoas até a faculdade. Ela passou a vida toda estudando, e não ter amigos ou qualquer interação humana se tornou cada vez mais comum, pois ela só focava em ser independente e dar o melhor para sua mãe (único parente) com seu próprio esforço. Quando Yanagi percebe isso, logo nos primeiros capítulos (quando a conhece melhor), isso inicia uma mudança nele, fazendo-o questionar toda a atitude que ele tinha até então.
Os dois se tornam amigos (apesar de Kujou não ajudar muito nesse aspecto) e Yanagi passa a se importar profundamente com ela, e como ser humano, a Kujou faz a toda a diferença na vida dele, mostrando-se uma pessoa que não se importa com classes sociais ou dinheiro, e que honestidade e bons modos são sempre de bom tom.
A história se inicia no fundamental, mas o tempo corrente já é na faculdade (para você ver o quanto que o sofrimento do Yanagi é longo! Se identifiquem crianças!).
A Série
Last Game 「ラストゲーム」é o trabalho mais novo da Amano Shinobu, sendo serializado na LALA desde 2011. Last Game tem três volumes até o momento, sem previsão para terminar. Foi considerado um dos melhores shoujos de 2012 pela Kono Manga ga Sugoi! 2013. E está fazendo relativo sucesso (fonte: Shoujo Cafe ).
Font das imagens : Mangareader
Conheci o mangá na semana passada por pura coincidência (tinha acabado de ler os capítulos disponíveis até agora de “Atsumare! Gakuen Tengoku”, quando apareceu a capa de “Last Game” nas sugestões. Claro, adorei! É mesmo raro ver mangás shojo de romance com o foco em garotos, mas tem outro e já antigo, o mangá “D.N.Angel”.
Acho engraçada a história de Last Game também, e me faz lembrar de Ouran e de “Tonari no Kaibutsu-kun”, pois tem uma menina fria (Haruhi Fujioka e Shizuku Mitani nestes dois) e um garoto meio bobo, metido e inteligente (em Ouran, seria o Tamaki, mas em Tonari seria um mix do Haru e do outro garoto loiro). Claro, apesar das semelhanças, a história é diferente. Um ponto que me chamou bastante a atenção é que a história se passa na faculdade, o que é meio raro. Pelo menos, não li muitos mangás shoujo de romance que não se passassem em sua grande maioria no ensino médio; e o outro mangá de romance que li e se passava na faculdade era josei, o “Honey and Clover”.
Enfim, obrigada pelo review. É bem detalhado e dá para ter uma boa noção do que a história trata e de como a autora trabalha.
Ah, esqueci de dizer antes, mas o esforço da Kujou para se comunicar bem com os outros me lembra a Sawako Kuronuma de “Kimi ni Todoke”.
Adorei o seu resumo , você fala e explica muito bem !, este é o meu mangá favorito até hoje ❤ , amo muito esses dois , sempre riu bastante .
Podem ler!É um dos melhores shoujos que já li ,pena que não tem anime