EPISÓDIO 8: PRESSÁGIO 「予兆」 (Yocho)
EPISÓDIO 9: O VENDAVAL CHEGOU 「風立ちぬ」 (Kaze Tachinu)
Depois da calmaria…
Dobradinha do novo mundo!
O avanço no tempo de 2 anos veio e trouxe a maior polêmica e surpresa envolvendo a série até agora. Quem se importa com o gore de Psycho Pass ou a frase atravessada de Tonari no Kaibutsu-kun? O que sacode infalivelmente qualquer audiência é isso aqui:
Já haviam boatos e pseudo-spoilers da novel original a respeito do comportamento sexual dos personagens e o assunto foi devidamente contextualizado no primeiro arco do anime: sociedade baseada no comportamento dos macacos bonobos, alívio do stress através do sexo, inexistência de padrões religiosos condenatórios… dava pra desconfiar, mas o episódio 8 foi realmente corajoso em sua abordagem. Ou, ao menos, corajoso para nossos padrões cheios de dedos, mimimi e ‘no homo’. Vendo a quantidade de casais homossexuais na escola, fica claro que, longe de promover fanservice gratuito, o show está expondo um comportamento comum dessa sociedade futura. Vale ressaltar também os belos enquadramentos e cores da cena entre Saki e Maria, que foi tratada com insinuações e e gestos mais leves do que a ação direto-ao-ponto de Shun e Satoru.
Mas só isso não sustentaria o episódio. Na segunda metade, Shun começa a agir estranhamente, rompendo com Satoru repentinamente e se isolando na sala de aula. O encontro dele com Kaburagi, conhecido como o maior usuário de Cantus, que faz uma inspeção visita surpresa à sala, marca o começo da decadência da vida mansa que o grupo viveu nesses dois anos. Imediatamente percebemos que tem algo errado com o garoto…e excetuando os adultos, apenas Saki viu o quão grave a situação pode ser.
Shun continuou agindo de maneira suspeita até entregar o jogo pra Saki: acredita que eles estão sendo vigiados pelos adultos desde que voltaram da aventura do Minoshiro e entrega a ela um suposto amuleto para se defender ‘dos gatos’. Ele é inteligente o bastante para saber o destino que o espera, mas por que não tentaria escapar? Por que agir tão suspeitamente mesmo diante de Kaburagi e aceitar ser levado pra ‘reabilitação’?
Essas e outras questões ficaram para o episódio 9, quando Shun entra para o rol de “crianças desaparecidas”.
Depois que Saki revela ao grupo o que Shun disse a ela antes de sumir, todos começam a temer pela própria segurança e se perguntar os limites do Conselho de Ética quanto a uma possível vigilância. Não foi surpresa que decidissem procurar pelo amigo, e por isso vemos novamente o combo Saki/Satoru em ação.
Eles encontram um cenário devastador na vila de Shun: vazia, isolada pelo Conselho, bakenezumis rondando na floresta ao redor, que está tomada de anomalias como árvores distorcidas e gelo… e uma cratera onde deveria estar a casa dele.
Outra parte do enredo também recebeu um empurrão digno nesse episódio. Depois de uma discussão temerosa com os pais, Saki fica pensativa a respeito dos comentários misteriosos de sua mãe e um graças a um flashback e a pista oculta em seu próprio nome, memórias antigas são desenterradas. Confirmamos que era realmente de um filho perdido que a mãe dela falava no episódio 1. Se Saki apenas se esqueceu por ser muito nova ou há algo mais aí…
O relato desesperador da missão que Maria faz na sequência bate com as primeiras histórias do “garoto gênio que quis subir mais que os outros”, citando Demônio do Karma e tudo. Agora, quero aproveitar pra comentar sobre Maria. Já ficamos em guarda com ela desde o comentário no episódio 2, certo? “Se Maria não tivesse nascido nesse mundo, incontáveis vidas terias sido poupadas. ” E como Shin Sekai é daqueles que muitas vezes insinua antes de confirmar, fiquei ressabiada pela forma como ela foi retratada em algumas cenas:
Ela também é uma usuária avançada de Cantus, mas isso não é dito verbalmente com frequência e sim mostrado através de seu domínio prático; não é todo mundo que consegue voar livremente pela sala de aula. No torneio do episódio 3 ela também mostrou-se forte, e foi quem tentou escancaradamente impressionar Kaburagi durante a visita. Apenas especulando.
O fato é que ela alega ter visto os adultos libertando ‘Fujonekos‘ (gatos impuros) para fazerem algum trabalho sujo e lamentando a situação do ‘tão inteligente Aonuma Shun’, que estaria a ponto de se tornar um Demônio do Karma. Com a vida dele em um perigo tão óbvio, Saki não hesita em partir sozinha a sua procura.
Depois de tantos episódios de ação e um pouco de cotidiano, Shin Sekai volta a mostrar o que sabe fazer tão bem e que marcou a série no começo: atmosfera tensa e sensação de algo muito errado, porém invisível. E quando Saki atravessa a barreira da vila em sua missão solitária e você pensa que vai terminar e finalmente pode respirar… toma cliffhanger:
E para mais teorias, conspirações e discussões sobre os episódios, recomendo o tópico do Fórum Minnasuki, lá tem um público bastante ativo discutindo esse anime. Apareçam!
Outros comentários: reassistindo o episódio, notei que existem muitas cenas de enquadramento simétrico. Isso pode ter relação com o irmão desaparecido de Saki, com a dualidade de Maria, até com a divisão do mundo em que as crianças vivem ( o que eles conhecem e desconhecem). Certamente contribuiu para o clima do episódio e não foi feito por acaso. Seguem exemplos em que se pode traçar uma linha vertical cortando todas as imagens ao meio:
Essa é a única imagem simétrica na horizontal que encontrei:
Essa é muito interessante, salta aos olhos que falta alguém ali:
Bem, é isso, a gente se vê semana que vem!
Fonte dos kanjis do nome do episódio: Random Curiosity
Agora entendi o que você queria dizer com imagens. Realmente é impressionante, essa da Saki comendo sozinha é matadora.