EPISÓDIO 6: FUGA
A luta continua!
E como vamos.
Pra alegria geral da nação, o episódio começou do imediato ponto em que parou na semana passada. Presos na colônia em ruínas e sem esperança de resgate, testemunhamos um cheat que funcionou muito bem para colocar as coisas pra frente e também complicá-las mais um pouco.
A cena da ‘viagem psicodélica’ de Saki pode trazer N³ interpretações; consequência do estresse, efeito de gás venenoso, alguma coisa que será explicada adiante… enfim. O que importa é que isso a lembra do ritual de iniciação e do dia em que descobriu o mantra de Satoru usando um truque notoriamente malicioso. E de um jeito ainda mais trapaceiro, se aproveita desse conhecimento e da confusão mental do garoto para simular o ritual de iniciação, obtendo sucesso em devolver o Cantus dele.
Sério, ela está se mostrando uma das personagens mais inteligentes da temporada e nesse episódio o potencial de sua personalidade é explorado dignamente.
A partir daí, Satoru rouba a cena e decide que o negócio é obliterar os Chichigumo até não sobrar mais nenhum. Ainda que mais cautelosa, Saki obviamente o acompanha e nota imediatamente a mudança em seu amigo de infância. Até o tom de voz dele demonstra sua nova posição ao se ver do lado dominante da situação. Ele não está lutando pra se defender, ele tortura os bakenezumi, brinca com eles e sente prazer com isso.
Por outro lado, Saki age o tempo todo como a voz da razão, e fica claro que sem ela Satoru acabaria em uma empreitada suicida. Vendo a atitude dele, dá pra pensar que a sociedade não é pautada em toda essa repressão apenas porque é bonito ser ditador. Se deixar brincar, a humanidade tem imensas chances de ser aniquilada por crianças birrentas. Esse é o preço a ser pago diante da irresponsabilidade com poderes elevados.
Outro personagem que cresce no episódio é Squealer. O fraco, solícito e aparentemente fiel bakenezumi acabou alimentando uma parcela de desconfiança por parte de Saki e também do espectador, auxiliado pela trilha sonora e pelas sentenças consideravelmente manipulativas proferidas por ele. A insistência em destruir os Chichigumo, a seguir pela planície que se revelou um ninho de emboscadas, a adulação exagerada pelos ‘jovens deuses’ ao mesmo tempo que os explora para lutarem até a exaustão… Também não fica claro se ele percebeu a incapacidade de Saki com o Cantus e quais seriam as consequências disso… só sei que o último ‘com licença’ dele foi… levemente assustador.
E na sequência, ele os guia direto para a encrenca mais parruda possível. Ele acha que as crianças são o que, o Hulk?
Assim termina, sem choro, vela nem preview.
Um pequeno saldo depois de seis episódios: Shinsekai está mandando bem nos momentos introspectivos, no suspense e agora nas cenas de ação. O desenvolvimento dos personagens, a meu ver, está caminhando no ritmo certo; são 25 episódios e o anime é guiado pelo plot, então não há necessidade de se apressar em mostrar o quanto esses personagens podem ser legais. E pode ser que não sejam mesmo, se isso for fundamental para a história. Afinal, o objetivo da obra não é tornar Saki ou Maria candidatas a waifu da temporada, né? Se bem que o Squealer é meu candidato pra husbando e ninguém pode me julgar.