Assumo o timão desse anime, até então nas mãos do Ketsura.
Como peguei o barco andando, acho por bem explicar brevemente como foi a minha viagem até aqui. Quando ouvi falar de Total Eclipse pela primeira vez, vi umas peitudas em robôs gigantes e li que era derivado de um eroge. Isso não me pareceu nada promissor e decidi ignorar. Depois, já há poucas semanas para a estreia, li um post sobre expectativas para a temporada em um blog gringo (eu não lembro mais qual foi, infelizmente) que falou surpreendentemente (para mim) bem da série. Então eu li com calma a sinopse, assisti os trailers, e resolvi dar uma chance. A ideia de extraterrestres destruindo a humanidade sempre me fascina. Depois dos dois primeiros episódios então, e com aquela música de abertura excelente (o single saiu no sábado dia 6/10, mal posso esperar para baixar a música inteira), minhas expectativas subiram mais alto que os céus. Então… um salto no tempo, personagens novos e uma sequência de episódios chatíssimos. E mesmo quem chegou lá pela parte eroge da coisa certamente se decepcionou: clichês rasos e quase nenhuma cena mais “interessante” e muito menos desenvolvimento de personagem ou de relacionamento. Foi o fundo do fundo do poço. Mas era impossível terminar daquele jeito, eu sabia que era, ainda mais para uma série de 2 cour. Então eu persisti.
Digressão feita, o que aconteceu entre os episódios 8 e 14 me fez voltar a gostar da série e ter certeza que vale a pena assisti-la. O episódio 7 foi término do último arco inútil (e o mais inútil deles, o arco da viagem para a praia – WTF??). Treinamento chato e sem BETAs ficando para trás, Yuuya e companhia são enviados para o leste da Rússia, para treino em combate real. Contra BETAs reais. Seria um teste para pilotos e para novos armamentos também – o que inclui além do TSR do protagonista, um rifle energético (que pelo menos o fansub chamou de railgun, mas aquilo não é um railgun e eu não chamarei de railgun). Tudo seria muito fácil se fosse fácil. Mas não. O clima na base soviética é péssimo. Os soldados soviéticos odeiam russos, porque enquanto as demais etnias que compõe o grosso do exército foram deixados para lutar e morrer nessa guerra desesperada contra os BETAs, os russos que controlam o governo foram para trás das linhas de frente viver em segurança. E assim, Yuuya se perde na base e por acaso encontra Inia e Criska, as pilotos de teste soviéticas (e russas) sendo agredidas por seus colegas georgianos, cazaques e quejandos. E como ele é o protagonista da história e tem bom coração, claro que foi ajudar. Por pouco não apanha junto, sendo salvo por Latrova, a comandante do batalhão Zhar, ao qual os pilotos que os agrediam pertenciam. Esse é o primeiro conflito que será explorado nesse arco, um conflito interno surdo nas fileiras soviéticas entre russos e demais etnias.
E logo descobrimos que essa não é a única coisa estranha acontecendo por ali. Os soviéticos têm controle total sobre aquele campo de batalha (é seu território, afinal) e impõem diversas dificuldades aos testes pretendidos pelos nossos protagonistas. Assim, durante a primeira batalha contra os BETAs, o comando soviético da base toma decisões que colocam em risco o seu próprio batalhão, ao mesmo tempo em que impedem o teste do rifle energético. De alguma forma, Yuuya consegue usar seu rifle, varre do mapa todos os BETAs e salva o dia e os soviéticos. Que nem por isso se tornaram gratos a ele. Parecem ter preconceito contra qualquer um que fique em segurança atrás das linhas de frente, não só seus compatriotas russos. A segunda batalha foi ainda mais suspeita, embora a princípio parecesse mais segura. Yuuya foi para o campo de batalha sem o rifle, e havia claramente algo de estranho nas ordens do comando soviético. Ainda assim, a batalha parecia que iria bem.

Yuuya disparando com o rifle energético. Repare que a turbina do TSR está ativa para aguentar o recuo do disparo (eu mesmo só percebi esse detalhe da produção nesse printscreen)
Só parecia. BETAs são detectados no subsolo (aparentemente eles atacam por baixo também, bastante espertos) embora nenhuma atividade de escavação tenha sido notada. Yuuya e companhia logo descobrem, ouvindo a conversa dos pilotos soviéticos, que aqueles túneis haviam sido escavados durante um ataque BETA repelido pouco tempo atrás e nunca foram fechados, embora essa deva ser a primeira coisa a ser feita nesses casos. Ao mesmo tempo começa a haver uma forte interferência nos canais de rádio, impedindo a comunicação à distância entre os pilotos e a base. É aí então que os soviéticos ordenam a evacuação da base, deixando tudo para trás: inclusive o rifle energético que nesse batalha foi deixado na base para, segundo sugestão soviética, o piloto poder testar o seu TSR em combate corpo à corpo. O plano soviético para roubar o rifle é exposto. Mas naquela situação, naquele lugar, não há nada que se possa fazer.
Ou há? Yui fica para trás (contra as ordens soviéticas) para destruir o rifle, ativando sua função de auto-destruição. No galpão onde ele estava armazenado encontra um único membro de sua equipe que havia ficado também, escondido dos soviéticos. A senha para ativar a auto-destruição foi alterada e o novo plano passa a ser explodir as partes externas da arma para atrair os BETAs para que eles o destruam. Eles gastam muito tempo fazendo preparativos para o plano, e os BETAs chegam. O membro da equipe sem nome (mentira, ele tem nome sim, eu que não me lembro) é pego pelos BETAs depois de fazer tudo o que podia, e enquanto está sendo devorado, Yui se lembra de tudo o que passou até chegar ali e manda uma bala na cabeça dele, para encerrar logo seu sofrimento. Ainda mais decidida a destruir o rifle, ela tenta desesperadamente terminar de abrir a couraça externa e explodi-lo, mas ela cai e sofre uma perfuração no braço. Está caída de cara com um bando de BETAs.
Protagonista Yuuya chega para o resgate da donzela em perigo! Após derrotar os BETAs em um combate duro e pegar o núcleo do rifle (o plano agora era levar o núcleo embora, não era mais necessário explodi-lo), ele presta primeiros socorros em Yui e a leva para dentro do seu TSR. Tudo isso com Stella dando cobertura. Então uma grande onda de BETAs chega, e com Yui dentro do cockpit, ferida e sem o uniforme adequado (ele não é só para realçar os peitos, acredite se puder!) ele não pode nem lutar direito nem levantar vôo sem tomar distância, sob risco de matar Yui, e seu TSR sofre danos pesados. Ele passa Yui para a Stella, pois seu TSR está inteiro ainda e portanto tem mais chances de sobreviver. Mas mais BETAs chegam e parece que nem Stella conseguirá escapar dali inteira. Então Yuuya nos lembra mais uma vez que ele é o protagonista, e cobre a fuga de Stella (levando Yui), enquanto ele fica para trás com um TSR semi-destruído sozinho em um campo de batalha infestado de BETAs. Para qualquer um esse seria o fim. Um fim trágico e heróico, mas um fim.
Mas Total Eclipse não poderia acabar ainda, e eis que o batalhão Zhar surge e salva Yuuya. Mas isso foi só a calmaria antes da tempestade. Aviões bombardeiros soviéticos finalmente chegam, mas sem que Yuuya e o batalhão Zhar esperassem (mas nós expectadores já esperávamos) começam a despejar bombas em cima da base, mesmo sabendo que seus próprios soldados ainda estão ali. Eles começam a correr desesperados para tentar se esconder das bombas, quando são salvos por mais desespero: BETAs da classe laser surgem e abatem toda a unidade de bombardeiros soviéticos. Se isso é um alívio momentâneo para Yuuya e o batalhão Zhar, é o presságio de um futuro sinistro para as linhas soviéticas. Não haviam até então BETAs classe laser ali, e isso mudaria totalmente o equilíbrio da batalha. A Comandante Latrova ordena a dois de seus pilotos que levem Yuuya para longe do campo de batalha. O batalhão Zhar parte para sua última e gloriosa batalha, onde eliminam todos os classe laser pagando por isso com suas próprias vidas. Latrova luta contra um TSR misterioso aparentemente enviado pelos soviéticos (Inia e Criska? Essa luta não é exibida então podemos apenas especular). As linhas de defesa soviéticas do leste continuam seguras. Yuuya chega em segurança à base, para alívio de seus companheiros e principalmente de Yui, que já o davam por morto. O arco encerra com a apresentação da versão final do TSR do qual Yuuya era piloto de testes.
Isso é mais do que o suficiente me fazer voltar a tremer de emoção a cada episódio. Ainda não voltou a ser aquele anime sombrio e gore dos dois primeiros episódios, e nem sei se vai voltar. Mas essa guerra desesperada já é muito boa para o meu gosto. Espero que mantenham o ritmo agora que já passaram da metade.